É muito importante ressaltar que miomas possuem baixo risco de malignidade. Por outro lado, menciono o sarcoma, que é um tipo de câncer extremamente raro (0,1 a 0,3%) e que, assim como os miomas, também se origina das células musculares do útero.

 

Antigamente, achava-se que os miomas se transformavam em sarcomas, porém descobriu-se que essa degeneração maligna é rara. O que ocorre na verdade é uma dificuldade para se fazer o diagnóstico diferencial entre eles, sendo que o sarcoma já nasce sarcoma e tem um crescimento mais rápido do que os miomas.

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Suspeitamos de sarcoma quando o crescimento do nódulo uterino é muito rápido, em mulheres com uma idade mais avançada (> 50 anos) ou quando ocorre o crescimento do nódulo após a menopausa. Esta última porque na menopausa, a mulher tem uma diminuição do hormônio estrogênio que serve de alimento para o crescimento do mioma. Então, naturalmente, espera-se que o nódulo uterino, quando mioma, diminua de tamanho. Caso aumente, suspeitamos de sarcoma.

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O diagnóstico de certeza é sempre realizado pela análise do anátomo patológico (biópsia). Portanto, sempre que suspeitamos de sarcoma, o tratamento é iminentemente cirúrgico. Fazemos a histerectomia total, que consiste na retirada do útero e do colo do útero, além da anexectomia bilateral, ou seja, retirada das tubas e dos ovários.

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Não existe contra indicação para a realização da cirurgia por video laparoscopia, pelo contrário, estimula-se essa via por ser menos invasiva e oferecer mais rápida recuperação. Especial cuidado deve ser feito, principalmente se o útero tem grande volume. Neste caso, optamos pelo uso do morcelador, uma espécie de moedor) para fragmentar o mioma juntamente com um saco plástico de proteção, também conhecido como morsafe ou safebag. Desta maneira, conseguimos moer o mioma com segurança, evitando que as células tumorais se espalhem por toda a pelve.

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Após o estadiamento cirúrgico, em alguns casos é necessário a complementação do tratamento com a radioterapia e a quimioterapia, a depender do tipo de sarcoma e do grau de invasão.

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Procure sempre um ginecologista para uma avaliação precisa e para um melhor tratamento.

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